Estavamos bem cansados da viagem e decidimos dormir até umas 9hs pra descansar um pouco mais para a maratona cansativa que nos aguardava até Tóquio.
Saímos caminhando em direção à parte moderna da cidade, onde passamos pelo centro de convenções de Frankfurt, e depois voltamos em direção à Rua Zeil. No caminho passamos por algumas pracinhas arborizadas, que são um descanso para a vista no meio de tanto aço e vidro. Vimos a Opera de Frankfurt e depois passamos por um calçadão bem agradável cheio de cafés.
Seguimos con destino a rua Zeil mas já passava das 10:45 e nosso voo para Tóquio saía às 14:05. Desistimos de ir ate a rua Zeil por conta do horário e voltamos para o hotel.
Ja tínhamos deixado as coisas arrumadas de manhã e só precisávamos fazer o check out e seguir para a estação central. Compramos o bilhete do trem que levava até o aeroporto por 4,10 euros e nos dirigimos até o trem.
Era mais de meio-dia e nada do trem sair. Nessa hora tive um déjà-ju porque eu e Fred já passamos por essa sensação de chegar em cima da hora do voo várias vezes. E é sempre aquela tensão: "Será que nossa passagem está confirmada mesmo?” “Será que vão encrecar com nossas bagagens no raio x?” “Será que vamos perder o voo?" Mas é so pra dar aquela emoção e no fim dá tudo certo.
O trem só saiu 12:30 e chegou ao aeroporto uns 20 minutos depois. Na primeira parada do trem surge aquela dúvida: estamos no terminal certo? A gente nao sabia se o trem seguia até outro terminal ou se dali voltaria para a estação central. É a maldição do terminal errado que nos persegue.
Acabei perguntando a um fulano que estava eperando para entrar no trem se ali era o terminal 2 e ele confirmou. No primeiro lance de escadas rumo ao saguão do aeroporto, a gente avista uma placa enorme onde estava escrito “Terminal 1”. Okay... O fulano me trolou.
Depois eu percebi que fui burrinha mesmo porque se havia pessoas ainda com mala no trem e aquela era a primeira parada, quer dizer que haveria outra parada no terminal 2. Mas a tensão de perder o voo bloqueia a capacidade de raciocinar...
Começamos a procurar o Terminal 2 e andamos, andamos, andamos, subimos escadas, subimos escadas, subimos escadas até descobrirmos que tínhamos que pegar um trenzinho. Claro... sempre o trenzinho... o castigo para aqueles que sofrem a maldição do terminal errado. Pegamos o trenzinho e chegamos ao Terminal 2 (ufa, cansei so de lembrar) e agora precisávamos buscar o checkin da Aeroflot. Perguntei a um senhor e ele indicou o caminho. Havia uma fila enorme de chineses para fazer o checkin. Tava a maior bagunça! Aparentemente era um grupo de estudantes acompanhado por alguns professores. Grupo de estudantes viajando é algazarra na certa, independentemente de nacionalidade.
Acabou que outro checkin da Aeroflot abriu e fomos atendidos rapidamente. Finalmente estávamos com os cartões de embarque nas mãos! Ah! Enquanto estavamos na fila fui comprar água numa dessas máquinas e a desgraça da máquina engoliu 2,60 euros meus. Quem me conhece sabe o quanto eu odeio desperdício (o que dirá de dinheiro). Então dá pra imaginar o quanto eu fiquei p... da vida.
Após o checkin, sequimos para o portao D3 . Os passageiros já estavam enfileirados para pegar o ônibus que levaria até a aeronave. Nos assutamos quando vimos um Airbus A320 porque pensamos que aquele seria o avião que nos levaria até Tóquio, mas depois lembramos que faríamos conexão em Moscou, onde trocaríamos de aeronave.
Apesar do aspecto meio velho do avião, o serviço de bordo é bom. A comida é bem gostosinha. Chamou a minha atenção o fato de as comissãrias russas estarem desarrumadas . Estavam com o cabelo preso num coque mal feito e uma delas nem maquiagem usava. As comissárias brasileiras são muito mais arrumadinhas. Antes que os meninos perguntem: não, elas não eram bonitas.
A gurizada chinesa sentou nas fileiras atrás da nossa e foi a maior zuada. O chinês que estava atrás de mim de vez em quando tinha uns espamos e dava uns chutes na minha poltrona. Fiquei fuuuuuu(riosa).
Durante o voo deu pra sentir um gostinho do problema que teremos com o inglês em terras moscovitas. As aeromoças falam muito mal esse idioma.
O voo de Frankfurt até Moscou durou 3 horas. Descemos em Moscou e nos dirigimos até o embarque. O voo para Tóquio sairia às 20:00, horário local, e já eram 19:15. Passamos pelo raio x mais uma vez e a moça que fica vendo a TV do raio x sorriu pra mim ao ver meu guia de Tóquio. Foi um bom sinal, porque ja li coisas negativas a respeito do comportamento dos russos (Eu sou assim Poliana).
A parte do aeroporto Sheremetyevo pela qual passamos é bem moderna. Achei legal que na área do embarque tem uma T.G.I. Friday’s.
Seguimos pelo finger até entrar no A330 que nos levaria ate Tóquio. Agora sim uma avião compatível com uma viagem de 9 horas. Já era 19:30 em Moscou, 17:30 em Frankfurt, nosso ponto de partida, e meu relogio brasileiro marcava 12:30. Estavamos bastante confusos com os fusos (Ba dum tsss )
O aspecto da aeronave era o mesmo dos A330 da TAM que peguei em viagens anteriores. O sistema de entretenimento era melhor que o da TAM e a qualidade da tela infinitamente melhor. O serviço de bordo mais uma vez foi ótimo. Comida boa de novo. Mas tinha um detalhe negativo. Se eu achei que as comisssária do voo de Frankfurt a Moscou falavam mal inglês é porque eu não conhecia as do voo de Moscou a Tóquio. Eu nao entendia nada do que elas falavam. Pra dar uma idéia do drama, naquele aviso de que estamos passando por uma area de turbulência, eu entendi algo como "turbulentskia"em russo e não entendia o que a moca falava em ingles.
Fred, como sempre, dormiu durante o voo. Já eu, dormi algo como 1 hora.
Pousamos em Tóquio às 10:25, horário local, 22:25 no Brasil. Incrivelmente a excitação de chegar no Japão afastou meu sono.
As primeiras placas em ideogramas japoneses ainda não nos deram a dimensão de que estávamos no Japão. Seguimos por um corredor e passamos por uma área destinada a verificar o estado de saúde das pessoas que chegavam. Havia uma câmera com sensor de temperatura mas ninguém foi barrado. Ao lado dessa área há um tipo de departamento médico. Acho que os japas ficaram bem traumatizados com a gripe aviária.
Passamos pela imigração. Mais uma vez a tecnologia japonesa entra em campo. Eles colhem as digitais e tiram uma foto de quem chega. O legal é que enquanto a menininha da imigração grampeava umas coisas no passaporte (nada de carimbo), o monitor que tirava nossa foto e colhia nossa digitais mostrava as orientações em português. Ah! E o monitor tinha umas coisas bem coloridinhas ao redor da tela, tipo mangá japonês. :)
Passamos pela checagem de bagagem mas o guardinha só perguntou para onde iríamos. Expliquei a história do curso do Kodokan de Fred, ele deu uma risadinha e nos deixou passar.
Consideramos a possibilidade de pegar o Narita Express. Um trem de alta velocidade que leva ao centro de Tóquio em 39 minutos. Mas era uns 3500 ienes. Decidimos pegar o trem rápido que faz o trajeto em 1 hora em meia. Quem nos falou dessa opção foi um senhorzinho simpático que falava bem inglês e era uma espécie de balcão de informação ambulante.
Compramos os bilhetes até a estação Tokyo por 1280 ienes e fomos pegar a escada rolante para descer até o lugar onde pegaríamos o trem. Antes de descermos uma japinha sorriu pra gente e deu aquela inclinada no corpo desejando uma boa jornada. Que emoção! A japa se inclinou pra gente!
No local de espera do trem há uma máquina de coisas estranhas líquidas. Apesar de trauma de ter perdido 2,60 euros em Frankfurt, decidi arriscar. Comprei uma chá de jasmin pelo equivalente a 3,30 reais e Fred comprou uma água de limão pelo equivalente a uns 4,40 reais.
Na área também tinha uma barraquinha com coisas estranhas de comer, de beber, revistas e jornais. E fiquei encantada com tudo, tirando foto feito uma louca. Agora eu entendo os japoneses quando viajam...
O trem partiu ao meio dia em ponto. A essa altura eu já estava há quase 21 horas sem dormir. E ainda não estava com sono!
No caminho até a estação Tokyo vimos muitas estudantes com aquela roupa ridícula fetichizada. Algumas usam a saia muito curta e outras usam mais longa. Depende do grau de periguetez.
Chegamos à estação Tokyo e ficamos um tempão procurando qual linha de metrô levaria até a estação próxima ao Hotel (Suidbashi, Kasunga ou Korakuen). Andamos um monte em direção à uma linha vermelha e depois descobrimos que não era a que estávamos procurando, que também era vermelho segundo indicava o mapa. Finalmente perguntamos num balcão como chegava na linha Marounuchi e a mulher deu uma ajuda (em japonês!). Tivemos certa dificuldade para comprar o bilhete na máquina porque o valor varia de acordo com o trajeto. Acabamos comprando o mais barato, por 160 ienes, mais ou menos uns 4,50 reais.
Chegamos na estação Korakuen e fomos caminhando até o hotel. Na saída de estação sentimos o calor escaldante que está fazendo aqui em Tóquio. Está muito quente!
Nessas estações pelas quais passamos também vimos outra peculiaridade de Tóquio: gente demais.
Chegamos ao hotel, fizemos o checkin e conhecemos nossa moradia pelos próximos 9 dias. A privada não é lá muito tecnológica, mas tem uns botõezinhos. Tem uns chinelinhos descartáveis dentro do guarda-roupa para fazermos como o japas e deixarmos os calçados fora. Mas isso é uma opção para quem assim deseje.
Arrumamos nossas coisas, tomamos banho e saímos por volta de 16:30. Próximo ao hotel há um shopping, onde fizemos um lanche rápido. Nesse shopping há uns brinquedos para crianças e tinha a maior gurizada lá se divertindo.
Em seguida fomos ao Kodokan para Fred fazer a inscrição no curso que começa amanhã, 27-07.
Depois seguimos caminhando em direção ao Palácio Imperial. Ao chegarmos, já estava fechado. Era mais ou menos 17:30 e os jardins do palácio fecham às 17: 00.
Eu já estava há 27 horas sem dormir e meu corpo quase não respondia a estímulos básicos. Eu já estava me arrastando. No caminho até o hotel ainda entramos em um supermercado que é um prato cheio para a curiosidade antropológica. Apesar de exausta ainda fiquei olhando as prateleiras e tentando descobrir o que era cada coisa. Muito massa!
Ah! Interessante que os japoneses, salvo um ou outro, esperaram o sinal para pedestre abrir para poder atravessar. Pode não ter nem sinal de carro vindo, mas eles só atravessam na faixa e com o sinal verde para pedestre. Outro detalhe interessante ao atravessar a rua é a quantidade de gente de um lado e de outro. É impressionante!
Voltamos ao hotel e eu desabei. Dormi das 17:30 às 03:30. 10 horas direto de um sono bem merecido. Agora são quase sete da manhã e eu já estou acordada há quase 4 horas. O bom é que dá pra sair bem cedo pra passear :)
Bem, o dia está acabando no Brasil e está começando aqui em Tóquio. O post foi muito longo, proporcional à emoção de estar no Japão!
Estação Central
Um monumento em Frankfurt em homenagem ao personagem Cocada
Descanso no meio da selva de aço e vidro
Ópera de Frankfurt
Praça ao lado da Ópera
Calçadão cheio de cafés
Nome do calçadão. Como não dá pra decorar, é melhor tirar foto
A de Dan
Água longa vida
Exploração do trabalho infantil. Crianças trabalhando na segurança de outras crianças.
Um negócio que a gente comeu no meio da rua
Pedacinho do Rio Meno na volta pro Hotel
Me espere Fred !!!
Saguão do Aeroporto de Narita
Japão!!
Eu só sei que o meu sai meio-dia.
Águas estranhas e chás estranhos
Chá de jasmin. A sensação é assim... de comer flor.
Salinha para esperar o trem. Não tem refrigeração. É só um lugar com quatro paredes e sem teto :)
Cerveja japa
Coisas não identificadas desidratadas
Assim que o trem chegou, esses velhinhos foram limpando o chão dos vagões. E nem precisava, porque tava tudo limpinho
Tokyo Dome
No caminho pro hotel
E agora? Como ligar o ar condicionado?
Privada japonesa.
Gurizada brincando
Jigoro Kano
Kodokan
Gueixa véia
Na frente dos restaurantes eles colocam essas "esculturas" dos pratos. Parecem bem reais!
Entrada dos jardins do Palácio Imperial
Árvore a prova de terremoto
9 comentários:
Ufa, terminei a leitura! Dia muito bom hein!? ;D
Viajei junto no post! Muito legal :o)
Belle: Cocada é da Praça é Nossa :P
Fred, o pintinho no lixo!
Um absurdo o trabalho infantil!!
Até eu que achava ir ao Japão um programa de índio fiquei empolgado. Muito bom!!
Aii que legal,adorei vou acompanhar,queto ver fotos de vcs comendo grilo,barata e escorpiao,combinado?
Só conheço Frankfurt no frio. Olha a diferença da pracinha ao lado da Opera: http://goo.gl/Ji68r
Não sabia que Fred era fã de Pai Mei e tb não sabia que tem uma estátua em homenagem a ele.
Muito legal!!! Aproveitem bastante! Bjo
Pense a emoção ao ler o seu post é quase um roteiro de filme de ação. Bella cheguei a pensar que o guia de Tókio que a aeromoça sorriu, era em forma de ser humano, daí pensei minha filha está chique d+++. Graças a Deus está tudo bem. Bjs mamãe. Um recadinho pra Fred, " por favor espere minha filha!!!
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